sábado

Um dia diferente

   Em um dia do inverno ela percorre o trajeto de sempre. Sua face fria demonstrava uma pitada de ansiosidade, movida a pensamentos e esperanças. Observava então a leve chuva que por onde tocava formava pequenas manchas molhadas, e o barulho desta, para ela, era simplesmente como uma sinfonia. Com passos largos e rápidos que deixavam as pegadas invisíveis do seu sapatinho velho no chão, rápidos assim como os seus pensamentos que flutuavam a medida de que observasse algo.
  Por uma rua estreita, ela se depara com uma grande vitrine, sempre não é do seu interesse as roupas, a vitrine naquele momento se tornou o seu espelho no qual viu o seu semblante no reflexo. Um olhar sem segredos, mãos dentro dos bolsos de sua blusa de frio, é tudo que conseguiu ver. Por um instante se incomoda pelas opiniões alheias de quem a segue com os olhos, mas, recorda dos dizeres de sua mãe: “Seu jeito descontraído e apaixonante”. Diante destes pensamentos que a questionam, ela olha para o céu, em tons de chuva ele se forma, e as nuvens brancas naquele instante ausentes, das quais ela teve falta.
  Próximo ao seu trabalho, ela sente que logo não tomara mais friagem, então o alivio a toca. Com todo o cuidado na frente da porta do seu mundo diário, sobe o degrauzinho derrapante, pois, seu jeito desastroso já lhe trouxe infinitas dores de cabeça, todo o cuidado sempre é pouco para a campeã em quedas. Aperta com firmeza a campainha, que faz um som que sempre a desperta, logo em seguida, apóia as suas mãos na maçaneta, porta se destranca, e os pensamentos que a questionam a partir daquele momento que ela entra e torna a fechar a porta são somente de quais vão ser as novas metas.
   
Continua ...

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